domingo, 23 de outubro de 2011





 Rabino Daniel Litvak


Rabino de Israel acredita que Barros Basto vai ser reabilitado


O rabino israelita Daniel Litvak crê que a Assembleia da República vai reabilitar o capitão Barros Basto, um militar judeu que durante o Estado Novo foi separado do Exército por alegadamente realizar operações de circuncisão a alunos da escola teológica israelita do Porto.
«A decisão de 1937 ofende a lei internacional em matéria de direitos humanos. Foi negada a liberdade religiosa a Barros Basto. A circuncisão sela o pacto de Deus com o povo de Israel» - declarou Daniel Litvak, que viveu durante dois anos na cidade do Porto e que leu atentamente o processo que vitimou o capitão.
Pela sua experiência pessoal, o ainda rabino oficial e honorário da comunidade israelita do Porto considera que a sociedade portuguesa é avessa ao anti-semitismo: «Em Portugal é possível andar de kipá [pequeno chapéu usado pelos judeus] a toda a hora e em qualquer lugar. O preconceito contra os judeus não existe na população em geral, nem acredito que exista na Assembleia da República. É urgente por isso corrigir a decisão anti-semita que pesa sobre a alma de Barros Basto há 74 anos».
Nos próximos dias, advogados portugueses e ingleses vão endereçar à Assembleia da República um pedido de reabilitação de Barros Basto, em representação da sua neta. O pedido será levado ao conhecimento de organizações internacionais de combate ao anti-semitismo, como a LAD e a ECRI.
Espera-se para breve a resolução definitiva do chamado “Caso Dreyfus português”.

In CORREIO DO DOURO – 23-10-11

segunda-feira, 17 de outubro de 2011


Barros Bastos : le Vice-président du groupe parlementaire du PSD, principal parti du governement portugais, a garantit lutter pour la réhabilitation du militaire expulsé de l’armée portugaise  en 1937.

Le député social-democrate, Carlos Abreu Amorim, a garantit qu’il luttera jusqu'à ce que le Parlement portugais se prononce pour la réhabilitation du capitaine Barros Basto, victime  de l’antisémitisme en 1937.
« J’irais jusque au bout  et je m'arrêterai seulement après l’obtention de sa totale  réhabilitation, à titre posthume », a dit l’élu a l’agence de presse LUSA,  admettant déjà avoir présenté le  sujet à la direction du groupe parlementaire de son  parti, qui a répondu lui donnant pleins pouvoirs pour agir dans ce sens.
C’était en 1937 que le Conseil Supérieur de Discipline de l'Armée s’est décidé pour « la séparation du service » du capitaine Arthur Carlos Barros Basto, pour considérer qu’il ne possédait pas « la capacité morale pour le prestige de sa fonction et honneur de son uniforme »
En question l'accomplissement d'actes de circoncision aux étudiants de l'Institut l'Israélien Théologique de Porto, qu’il avait fondé, et le baiser comme salutation avec les mêmes élèves, à la manière  des Juifs sefardites du Maroc.
Carlos Abreu Amorim considère que le capitaine a été victime de « antisémitisme pur » et que contre lui « ont forgé accusations ».
Devant  « l'ignominie engagé » contre le capitaine, mort il y a 50 ans, le député veut que le Parlement portugais se « prononce pour la réhabilitation et pleine correction de cette énorme injustice et honte, commises contre Barros Bastos, pour des motifs antisémites ».
Sans savoir encore le chemin à suivre, le député a garantit  qu’il essayera « d'intégrer tous les groupes parlementaires » dans la cause, car il estime qu'il ne peut pas y avoir des « politiques partisanes » parce qu’il s’agit  « d’une honte qui affecte tous ».
Le processus de 1937 est en ce moment en train d’être traduit pour l'anglais afin d'être envoyé à la Ligue Anti-Diffamation  et à la Commission Européenne contre le Racisme et l'Intolérance. Après cela, à la fin du mois d'octobre, la petite-fille de Barros Basto ira présenter à l'Assemblée de la République une requête de réintégration de son grand-père, à titre posthume.
Pour l'effet elle compte avec le support d’instances internationales et du bâtonnier des avocats portugais,  Marinho Pinto, qui a déjà exigé la réhabilitation du capitaine, dont la sentence de 1937 il considère « une ignominie ».

(traduction de matière publiée par l'agence de presse LUSA -  14.10.2011, 16h47)


Carlos Abreu Amorim, député du principal parti du Governement portugais 


Barros Basto: Vice da bancada do PSD garante lutar pela reabilitação do militar expulso em 1937

O vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Carlos Abreu Amorim, garantiu hoje à Lusa que irá lutar até que o parlamento se pronuncie pela reabilitação do capitão Barros Basto, vítima de antissemitismo em 1937.
Vou levar o caso até ao fim e só vou parar quando houver a reabilitação total a título póstumo”, disse à Lusa o social-democrata, admitindo já ter colocado o assunto na direção do grupo parlamentar do partido que lhe deu plenos poderes para agir.

Foi em 1937 que o Conselho Superior de Disciplina do Exército decidiu pela "separação do serviço" do capitão Arthur Carlos Barros Basto por considerar que não possuía "capacidade moral para prestígio da sua função e decoro da sua farda".

Em causa estava a realização de operações de circuncisão a alunos do Instituto Teológico Israelita do Porto, que havia fundado, e a saudação com um beijo dos mesmos alunos, à maneira dos judeus sefarditas de Marrocos.

Carlos Abreu Amorim considera que o capitão foi vítima de “antissemitismo puro” e que contra ele “fizeram acusações forjadas”.

Perante a “ignomínia cometida” contra o capitão, falecido há 50 anos, o deputado quer agora que o parlamento português “se pronuncie pela reabilitação e correção plena dessa enorme injustiça e vergonha cometida contra Barros Bastos, por motivos antissemitas”.

Ainda sem saber qual será o caminho a seguir, garante apenas que irá procurar “integrar todos os grupos parlamentares” no assunto uma vez que “não pode haver políticas partidárias” pois “é uma vergonha que afeta a todos”.

O processo de 1937 está a neste momento também a ser traduzido para inglês a fim de ser endossado à Liga Anti-Difamação e à Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância após o que, e no final do mês de outubro, a neta de Barros Basto irá dirigir à Assembleia da República um pedido de reintegração do avô, a título póstumo.

Para o efeito conta com o apoio de instâncias internacionais e do bastonário dos advogados, Marinho Pinto, que já exigiu a reabilitação do capitão cuja sentença considerou uma "ignomínia".


(LUSA, 14.10.2011, 16h47)